segunda-feira, 11 de outubro de 2010

História de amor


Ela gritava, mas ele continuava sem a ouvir. Percorriam os dois a mesma rua, todos os dias à mesma hora, mas ele teimava em não a ouvir. Até que um dia ela perdeu a cabeça, deu o maior grito possível e parou, à sua frente, para que ele lhe desse atenção. Ele perante tal coisa, parou, sem qualquer reacção.
- Então miúda, o que é que se passa contigo ? Passaste-te ?
- Não, simplesmente estou farta de falar contigo e tu dia após dia ignoras-me.
- Desculpa, não é por mal, vou distraido.
- Está bem. Bem, vamos andando ?
- Sim, mas... espera, o que se passa ? Queres-me dizer alguma coisa ?
- Pois, sim, bem.. não... quer dizer, sim...
- Então, sim ou não ? Não te percebo - interrompeu ele.
- Eu quero, mas tenho medo.
- Medo do que ?
- Da tua reacção, da forma como vais lidar e da forma como me interpretas.
- Não tenhas medo, eu prometo que vou-te ouvir até ao fim e só depois me prenunciarei.
- Então aqui vai, eu... eu gosto de ti, não só da maneira que tu gostas de mim, mais que isso, eu gosto de te ver sorrir, gosto de te ouvir falar, gosto de ver andar, gosto de te ver a correr, gosto do teu cabelo, gosto do teu corpo, gosto da tua mente, gosto dos teus olhos, gosto da maneira como encaras a vida e lutas pelo que queres. Eu não queria dizer isto, mas não aguentava mais, estava-me a sufocar. Pronto, acho que já disse tudo o que queria.
- Não vou dizer que não foi um choque, porque não foi. Eu já calculava...
- O que ? Impossivel! - interrompeu ela
- Deixa-me acabar, eu prometi que não te interrompia, agora é a tua vez.
- Está bem, desculpa.
- Então vou continuar, já que me interrompeste, onde é que eu estava ? Ah sim, já sei. Pois bem, eu já calculava, mas não disse nada porque para além de não ter a certeza queria ouvir da tua boca. Mas para te ser sincero, eu... eu.. eu...
- Tu o que caramba ?
- Eu também gosto de ti, mas não queria admitir, e para ser sincero gosto de raparigas dificeis.
- Olha lamento informar mas odeio joginhos, ou sim ou sopas.
- Mas espera, ouve-me. Fogo, estás sempre a interromper-me. Eu quero arriscar, sinto que é verdadeiro o que ambos sentimos, por isso... Queres namorar comigo ?
- Sim - e foi o sim mais sincero e feliz que ela alguma vez dissera.
Foi então que deram o primeiro beijo de muitos outros, tão ou mais apaixonados.

4 comentários:

  1. esta lindoo *.*
    tens muito jeito mesmo =)

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  2. um conselho de amiga? manda-lhe o teu blog. mostra-lhe quem realmente és, só se ele for parvo é que não percebe que ele está em cada entrelinha de cada frase tua.
    não precisas de dizer nada, basta enviares um link. comigo foi o suficiente p ele perceber quem realmente sou e o que sentia ;)
    bjo com amor.

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